Saturday, March 28, 2009

Day 3 (23/3) - Partida para Kyoto

Saímos bem cedo do hotel para pegar, enfim, o Shinkansen, mais conhecido como trem bala, para Kyoto. De Tóquio a Kyoto, na versão Hikari do trem, são cerca de três horas de viagem, com paradas em 7 ou 8 estações. Fomos de metrô até a Tóquio Station, estação central de onde tomaríamos o Shinkansen. A viagem passa rápido e, como o dia estava aberto, foi possível ver o Monte Fuji na passagem, entre casas e edifícios (a dica é sentar no lado direito do trem e ficar atento após uns 40 minutos depois de deixar Tóquio).


Tóquio Station, plataforma do Shinkansen para Kyoto

Parêntese 1: as estações de metrô e trens
Metrô, para circular na região metropolitana de Tóquio, linhas regulares de trem, que ligam as principais estações da capital a cidades próximas, e o trem bala, que liga as principais cidades do país, de Norte a Sul, são os principais meios de transporte.
Assim, a maioria das estações é, também, um grande centro comercial subterrâneo. Há de tudo: desde quiosques de comida, que vendem bento boxes to go para serem consumidas no trem, a restaurantes caros e ligações com as grandes lojas de departamento.

Apesar da confusão que é entender o funcionamento das linhas do metrô e as conexões com os outros tipos de trem, uma vez que se “pega” o jeito, a logística fica extremamente fácil (o Luciano que o diga, já que ficou com ele a parte de entender do tema).

Logo que chegamos, compramos o Pasmo para usar no metrô de Tóquio, um cartão pré-pago que permite recarga, pode ser devolvido com reembolso de parte da tarifa básica e agiliza muito o trânsito nas estações – e, acredite, isso é muito importante, já que estamos no formigueiro. Ficar “mosqueando” com cara de perdido não representa nenhum risco físico, já que ninguém vai te empurrar ou roubar, mas a chance de ser levado pela massa para outro lado é grande.

Parêntese 2: o Shinkansen
Antes de chegar no Japão, depois de muita pesquisa online e aconselhados por amigos, compramos o JR Rail Pass. O passe, que pode ser comprado por 7, 14, 21 dias ou outras combinações, dependendo da região do país na qual será usado, permite numero ilimitado de viagens no trem, com algumas restrições, por exemplo não pode ser usado no tipo Nozomi (mais rápido de todos) e você precisa escolher antes o tipo de vagão que viajará entre duas tarifas (ordinary car e green car).


Dentro do Shinkansen

Comprar o passe garante uma boa economia, mesmo que você não faça tantas viagens entre cidades. Ele só é vendido fora do Japão para estrangeiros ou japoneses que não moram no país. Para comprar, é só acessar o site da JR (operadora do trem) e ver a lista de pontos de venda por região. Fizemos tudo online, e em 3 dias, entre comprar, receber a ligação de confirmação e receber o voucher em casa pelo correio, estava tudo ok.

Ao chegar no aeroporto, antes de vir para a cidade, fomos direto na loja da JR emitir o passe. Você precisa mostrar o passaporte e definir o dia que começará a usá-lo (vale pelo número de dias corridos após essa data) e, uma vez emitido, nada pode ser alterado ou reembolsado. Nesse momento também reservamos assentos para as viagens mais longas que faríamos (Kyoto, Hiroshima e a volta Tóquio-Narita), o que é recomendado, não obrigatório, para grandes distâncias. Para viagens curtas não é necessário. Na nossa experiência, por ser ainda começo da primavera – a alta estação de turismo começa mesmo em abril - poderíamos ter tomado simplesmente os trens, sem reserva.


Shinkansen Hikari

Transitar nas estações da JR é outra experiência curiosa: NINGUÉM checa realmente se você tem o passe ou faz grandes revisões dos documentos que você mostra. A instrução é mostrar o passe e o passaporte no guichê ao lado das catracas das estações e, nos trens, mostrar o bilhete e o passe. Mas poucas vezes fomos solicitados a mostrar algo. Nada como uma sociedade que considera o crime uma desonra. Estamos tão acostumados a desconfiar que estranhamos a confiança. Segundo o xintoísmo, a natureza do homem é boa. Essa simplicidade, ainda que o Japão já tenha lá problemas sociais e econômicos que conhecemos melhor, ainda se reflete em vários comportamentos.

O Shinkansen, em si, é um trem sem grandes luxos, mas certamente viajar em quaisquer dos seus vagões é uma experiência infinitas vezes mais confortável que a classe econômica de qualquer avião. A JR opera no país inteiro, com 6 diferentes linhas que servem as 4 ilhas e o passe funciona de modo um pouco diferente em cada uma. O nosso permitiria o uso em qualquer linha, mas como nosso roteiro ficou apenas entre Tóquio e o Sul do pais, usamos apenas a Tokaido e a Sanyo. O Narita Express (que liga a capital ao aeroporto) é uma sétima linha, que só faz essa conexão. Nas duas que usamos, os trens podem ser de três tipos: Nozomi (o mais rápido de todos, pára apenas nas grandes estações, nosso passe não permitia o uso), o Hikari (Express, pára menos, no geral o que usamos) e o Kodama (versão pinga-pinga, com várias paradas).


Quando chega e antes da partida, o trem recebe uma limpeza a jato (dura uns 5 minutos e todos os assentos são limpos!)

Parêntese 3: as megalojas de departamento
Já citei rapidamente, mas as lojas de departamento são outra atração turística pelo tamanho e complexidade. No geral, são gigantes, com 12, 15 andares, e vendem de tudo. Geralmente há um mercado em um dos andares do subsolo, com ilhas que vendem verdura e frutas frescas, doces, peixaria e diversas opções de comida pronta. É uma opção de alimentação barata para budget travellers.

A gente não curtiu muito o modelo (que foi sugerido nos guias de viagem) – é tudo to go, portanto teríamos de consumir no hotel. Como há outras alternativas a preços razoáveis e, no final das contas, comer aqui também é uma experiência a ser apreciada, resolvemos explorar.

Algum dos subsolos das lojas também tem ligação com o metrô e linhas regulares de trem. Os demais andares vendem roupas, artigos para a casa, eletrônicos, há restaurantes, cafés, casas de chá e muito mais. São muitas, muitas opções desse tipo de loja. O modelo se mantêm sempre, mas a qualidade dos artigos varia: há lojas populares e lojas caríssimas, que vendem só marcas de grife – e é bem estranho o conceito, uma Macy`s super-hiper potencializada.

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